quarta-feira, 29 de abril de 2009

A ocasião faz o "Fi duma @#$%"


Estávamos em plena seca. O sol parecia uma laranja estampada no céu. Urubus por todos os lados, ventos fracos e quentes. Raimundo, um pobre sertanejo que sobrevivia da caça, mais uma vez marcha sob o rubro sol ardente, desafiando a sua própria resistência em busca de algo para se alimentar.
Leva consigo uma carabina das mais primitivas que existe, uma sacola com pólvora, bucha, chumbo e no pescoço uma garrafa com água para aliviar o calor.
Ele chega ao local ideal para a caça. Pendura em um pé de jucá sua sacola e sua tão preciosa garrafa d’água, arma fundamental contra o inimigo eterno do sertanejo: a seca. Então, Raimundo desaparece no meio dos cactos.
Horas se passaram e, subitamente, aparece Raimundo com suas caças e sua sede. Quando ele toca sua garrafa e percebe que está vazia, cai de joelhos e começa a chorar sem saber o motivo do desaparecimento de sua água. Sem resposta Raimundo se levanta e marcha de volta a sua casa.
- Bem, sabe o que aconteceu com a água? Eu bebi, afinal, eu estava em pleno sol castigador do sertão, contando essa estória para vocês. Aposto que eu estava com a garganta mais seca do que a de Raimundo. Ele não disse nada, ora!